sexta-feira, 29 de junho de 2012

Benefícios do sistema de esgotamento sanitário ao cidadão e ao país


  • Ao ter acesso à rede de esgoto, um trabalhador aumenta a sua produtividade em 13,3%, permitindo assim o crescimento de sua renda na mesma proporção.

  • Com a universalização do acesso a rede de esgoto, a estimativa é que a massa de salários, que hoje gira em torno de R$ 1,1 trilhão, se eleve em 3,8%, provocando um aumento na renda de R$ 41,5 bilhões por ano.
  • A universalização do acesso a rede de esgoto pode ainda proporcionar uma valorização média de até 18% no valor dos imóveis.
  • A valorização dos imóveis pode alcançar R$ 74 bilhões, valor 49% maior que o custo das obras de saneamento avaliado em R$ 49,8 bilhões (considerando apenas novas ligações).
  • Em longo prazo, o acesso à rede de esgoto implicaria um aumento na arrecadação do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) na mesma proporção do valor médio dos imóveis, um ganho estimado de R$ 385 milhões ao ano. Já no Imposto Sobre Transferência de Bens de Imóveis (ITBI) o crescimento esperado é superior a R$ 80 milhões por ano.
Fonte: Pesquisa Benefícios Econômicos da Expansão do Saneamento Brasileiro – Trata Brasil/FGV, 2010.

Impactos da falta de saneamento


  • Por ano, 217 mil trabalhadores precisam se afastar de suas atividades devido a problemas gastrointestinais ligados a falta de saneamento. A cada afastamento perdem-se 17 horas de trabalho.
  • A probabilidade de uma pessoa com acesso a rede de esgoto faltar as suas atividades normais por diarréia é 19,2% menor que uma pessoa que não tem acesso à rede.
  • Considerando o valor médio da hora de trabalho no País de R$ 5,70 e apenas os afastamentos provocados apenas pela falta de saneamento básico, os custos chegam a R$ 238 milhões por ano em horas-pagas e não trabalhadas.
  • De acordo com o DATASUS, em 2009, dos 462 mil pacientes internados por infecções gastrointestinais, 2.101 faleceram no hospital.
  • Cada internação custa, em média R$ 350,00. Com o acesso universal ao saneamento, haveria uma redução de 25% no número de internações e de 65% na mortalidade, ou seja, 1.277 vidas seriam salvas.
Fonte: Pesquisa Benefícios Econômicos da Expansão do Saneamento Brasileiro – Trata Brasil/FGV, 2010.

Você sabia?


No Brasil, apenas 44,5% da população tem acesso a rede de esgotos. De todo esgoto coletado, somente 37,9% é tratado. Nosso país também é o 9º colocado no ranking mundial “da vergonha”, com 13 milhões de habitantes sem acesso a banheiro.

Fonte: SNIS 2009 (Ministério das Cidades) / Unicef 2010 / Trata Brasil

quinta-feira, 21 de junho de 2012

PRIVATIZAÇÃO DA EMBASA: SINDAE REPUDIA DECLARAÇÃO E VAI MOBILIZAR SOCIEDADE

Uma sonora vaia irrompeu na assembleia da última quinta (14), no CAB, quando a diretoria do Sindicato e trabalhadores(as) tomaram conhecimento de declarações do presidente da Embasa, Abelardo de Oliveira Filho, no Jornal Valor Econômico, dando conta de que o governo do estado estuda a abertura do capital da Embasa. Se se confi rmar, é o mesmo que defl agrar a privatização da empresa. A declaração pegou todos (as) de surpresa, teve repercussão nacional e um desmentido do presidente na intranet da Embasa no dia seguinte.

A nota diz que se trata de "especulações em torno de declarações (...) mediadas erroneamente por uma repórter e publicadas em matéria no jornal Valor Econômico do dia 12 de junho, (que) precisam ser esclarecidas com fatos mais relevantes que comprovam não existir planejamento para a abertura de capital da Empresa Baiana de Águas e Saneamento S.A.". A nota cita, ainda, a Lei Estadual de Saneamento Básico (11.172/2008), dizendo que ela deixa claro não existir intenção nem planos do governo de privatizar a Embasa. Isso, no entanto, não é o bastante, pois exige um desmentido ofi cial do presidente.

Se não é verdade, tem de pedir um desmentido do jornal e ter mais cuidado com o que diz, principalmente para veículos de comunicação que defendem abertamente a privatização de empresas públicas e os interesses do grande capital. Afi nal, ele é uma pessoa que lutou contra a privatização da água e que tanto divulgou os efeitos perversos que ela acarreta, como aumento de tarifas, demissões, queda na qualidade dos serviços etc.

Abrir o capital é ter acionistas que só visam lucro em detrimento da sociedade. Acionista não vai aplicar dinheiro para fazer fi lantropia. Ao lado de grandes companheiros, como Paulo Jackson, Adilson Gallo e Aurino Reis, ele é um dos fundadores e ex-diretores do Sindae, foi presidente da Frente Nacional pelo Saneamento Ambiental e chegou ao poder, junto com Wagner, graças aos(as) trabalhadores(as). Como rasgar a história? O Sindae repudia a abertura do capital da Embasa e qualquer forma de privatização do saneamento, incluindo as PPP's.

Os (as) trabalhadores(as) ficarão atentos(as) e mobilizados(as) para qualquer iniciativa nesse sentido e o
Sindicato vai convocar entidades da sociedade civil para, se necessário, mostrar ao governo a mesma força com que brigamos e derrotamos governos passados que tentaram vender a Embasa. Também iremos divulgar um manifesto no 2 de Julho. Afi nal, o saneamento deve ser público, eficiente e ter controle social. E a Embasa é um patrimônio do povo baiano.

Fonte: Sindae

terça-feira, 19 de junho de 2012

Diálogos para Desenvolvimento Sustentável – Incineração não faz sentido

A incineração de resíduos sólidos urbanos foi um dos temas polêmicos da discussão sobre cidades sustentáveis durante os Diálogos para o Desenvolvimento Sustentável na noite desta segunda-feira (18), no Riocentro. O WWF-Brasil se opõe à incineração de resíduos sólidos urbanos. “Defendemos a redução, reutilização e reciclagem dos resíduos sólidos urbanos e ainda o tratamento de sua fração orgânica para a obtenção de biogás”, disse a secretária-geral do WWF-Brasil, Maria Cecília Wey de Brito.

Segundo o coordenador do programa Educação para Sociedades Sustentáveis do WWF-Brasil, Fábio Cidrin, a queima de resíduos sólidosemite uma série de compostos extremamente tóxicos. “O WWF-Brasil se une ao esforço mundial contra o uso de incineradores, em coalizão apoiada também pelo Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis”, afirmou.

Marcha contra retrocesso na legislação ambiental



Cerca de 5 mil pessoas participaram, na tarde desta segunda-feira (18), da “Marcha à Ré contra os retrocessos na legislação ambiental brasileira”, que faz parte das programações apoiadas pelo WWF-Brasil na Cúpula dos Povos. Os manifestantes deixaram claro que não concordam com a tentativa de desmontar a legislação ambiental brasileira e permitir retrocessos no arcabouço jurídico que protege rios, florestas e demais recursos naturais.

A “Marcha à Ré” teve esse nome porque, em determinados trechos do percurso, os manifestantes andaram de costas como forma de protesto.

A mobilização saiu da frente do Museu de Arte Moderna (MAM), no Aterro do Flamengo, foi até o Banco Nacional de Desenvolvimento Economico e Social (BNDES) e voltou ao local da partida, no centro da capital fluminense.

O analista de políticas públicas do WWF-Brasil, Kenzo Jucá, participou da caminhada. “O Espírito da Rio+20 foi sintetizado na marcha de hoje. É inadmissível que o Brasil ande de costas para a defesa e conservação das florestas”, disse.

Fonte: Assessoria de Imprensa do WWF/Brasil

O Saneamento Social - Áreas rurais e conjuntos residenciais urbanos



O setor de saneamento no Brasil tem demonstrado força e flexibilidade diante das dificuldades e persistentes desigualdades em cobertura e qualidade dos serviços enfrentadas pelo setor. Muitos avanços foram alcançados durante as últimas décadas, inclusive no melhoramento da eficiencia da distribuição e do acesso sustentável a água de boa qualidade. O acesso à água encanada aumentou de 83% em 1990 para 90% em 2004, enquanto o acesso ao saneamento básico aumentou de 71% para 75%.

Apesar dos avanços alcançados, muitas mudanças terão que ser implementadas para que as desigualdades possam ser reduzidas e as Metas de Desenvolvimento do Milênio alcançadas. A cobertura em áreas rurais, onde se encontra 16% da população, é bem inferior, sendo 57% para água e somente 37% para saneamento básico.

Geograficamente, a cobertura é mais baixa nas regiões mais pobres, principalmente nas áreas rurais do Norte, Nordeste, e Centro-Oeste.

O processo de levar o abastecimento de água e o saneamento básico aos bairos urbanos pobres continua sendo um desafio que freqüentemente requer métodos não convencionais. Enquanto o país tem sido pioneiro no uso de tecnologias de baixo custo (como por exemplo os sistemas condominiais de esgotos) e também na área de participação comunitária em urbanização de assentamentos precários, o desafio dos assentamentos informais, ou favelas, continua sendo muito grande.

As favelas são freqüentemente localizadas em áreas íngremes, com riscos de deslizamentos, ou áreas baixas e planas que são facilmente inundadas. Uma das iniciativas governamentais para resolver os problemas dos assentamentos precários é o Programa de Saneamento para Populações em Areas de Baixa Renda (PROSANEAR) que tem o apoio financeiro e técnico do Banco Mundial.

Em janeiro de 2007, o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou uma nova lei federal de água e saneamento (Lei 11.445/07 para o saneamento básico) que traça novas políticas setoriais. A lei tem como alvo o aumento de investimentos destinados ao aumento de acesso universal de água e saneamento, e leva em consideração as especificidades locais e o uso de tecnologias apropriadas que estejam em linha com a capacidade de pagamento do usuário. A lei também tem como meta aumentar a transparência e o “controle social” e estabelece um acordo entre os interesses divergentes de um grupo diverso de stakeholders. Assim, a lei deixa alguns temas indefinidos. Um destes temas seria a responsabilidade pela provisão de serviços nos grandes centros metropolitanos, uma área que alguns municípios desafiaram a constitucionalidade da provisão de serviços das companhias estaduais.

O Supremo Tribunal Federal está neste momento trabalhando em dois casos parecidos. Não obstante, a lei preenche um espaço ao prover a base legal para o papel do governo federal em água e saneamento, papel este que esteve indefinido durante os últimos 20 anos.

No mesmo mês, o presidente anunciou o novo Programa de Aceleração de Crescimento (PAC), que inclui investimentos significativos em diversas áreas, inclusive na provisão de habitação e água e saneamento. A aplicação de recursos por meio do governo federal para extensão do fornecimento é limitada pela sintonia com as Câmaras Municipais, pois somente cerca de uma centena municípios entre os mais de 5,5 mil do País, dispõem de planos aprovados.

A maior fonte de recursos em 2004 foi o auto-financiamento das próprias companhias de água e saneamento, de onde vieram R$1,82 bilhão ou 51% de todo o financiamento. Dentro dos parâmetros latino-americanos, este nível é muito alto. Entretanto, este quadro não reflete o poder financeiro das empresas, e sim um sintoma de declínio global de investimentos. A Caixa Econômica Federal desempenha um papel importante no fornecimento de crédito para a execução de investimentos em água e saneamento no Brasil. Para pequenas cidades e áreas rurais, uma importante fonte de financiamento é a Fundação Nacional de Saúde (FUNASA), que faz parte da estrutura do Ministério da Saúde e investiu R$890 milhões em 3.500 municípios beneficiando 11,43 milhões de pessoas entre 1995 e 1999.

Uma avaliação do presidente da ABES – MG, Márcio Pedrosa, é a necessidade de integrar os processos. “Mesmo que as soluções sejam regionais, a gestão tem que ser integrada e mais participativa”, comentou. Ele ainda ressaltou que o saneamento rural tem um componente importante que é proporcionar mais qualidade de vida para as pessoas que vivem no campo. “Tendo melhores condições para viver nessas comunidades, elas fixam nas áreas rurais, e não migram para os centros urbanos”, concluiu.

Hoje, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), as comunidades rurais no Brasil, são da ordem de 31 milhões de pessoas, ou seja, um universo que representa cerca de 23 % da população nacional. Em Minas, este número chega a aproximadamente 3 milhões de pessoas. “O saneamento rural pode ser uma solução para melhorar estes índices, porque utiliza tecnologia adequada, moderna e de baixo custo”, finaliza Mônica Bicalho, presidente da COPASA. Por isso, José Maurício reforça que os investimentos necessitam partir dos governos federal e estadual. Essas entidades não devem investir apenas na construção de Estações de Tratamento de Água ou Esgoto, por exemplo, mas em fontes de recursos contínuos. “É o que a Copasa está fazendo com a Copanor. Além da implantação do sistema, a nova subsidiária irá fazer toda a operação”, orgulha-se.

Um dos idealizadores do projeto Mais Saúde para Todos, José Maurício conta que em várias localidades a situação é bem precária. O plano visa levar o saneamento às comunidades municipais com população entre 200 a 5.000 mil habitantes em Minas. “Não há água tratada e, onde nos períodos de estiagem, a situação fica ainda mais grave, pois existem locais onde até para o caminhão pipa chegar é difícil”, lamenta. Segundo o gerente, tem havido pelo menos na Copasa, uma evolução quando o assunto é saneamento rural. “Sei que ainda falta muito para ser realizado, mas se compararmos com os anos 80, quando começou a se falar de saneamento rural, observamos que houveram avanços”.

No IV Seminário de Saneamento Rural, ele falou sobre o programa Mais Saúde para Todos e na sua avaliação o evento possibilitou a troca de informações entre diversos profissionais brasileiros, buscando minimizar os com a adoção de soluções adequadas. “Observamos que não é apenas o Vale do Jequitinhonha que sofre com a falta de saneamento rural. Há municípios com IDH elevado e situados em regiões promissoras, que sofrem com o mesmo problema”, informa.

O Rio Grande do Norte é um dos estados brasileiros que vem servindo de modelo na área de políticas de saneamento rural. As experiências potiguar e de outros cinco estados foram apresentadas em Oficina promovida pelo Banco Mundial. O evento teve o objetivo de colher experiências das boas práticas adotadas em saneamento rural, a fim de produzir documento que foi utilizado na implantação do trabalho em
estados que ainda não avançaram na área. A técnica Sônia Maria Araújo Bezerra, da Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte (Caern), representou o Estado na discussão. O Banco Mundial colheu informações em visitas ao Rio Grande do Norte, Bahia, Ceará, Minas Gerais, Paraná, Pernambuco e Piauí, para execução de um Relatório, contendo diversos modelos aplicados às comunidades rurais. Durante a reunião, são analisados os modelos utilizados nos estados e colhidos novos dados para consolidar o relatório.

A representante da Caern vem trabalhando, há algum tempo, em uma equipe da Assessoria de Saneamento Rural que realiza todas as atividades de implantação e manutenção do sistema. A Companhia vem trabalhando com um modelo de auto-gestão onde as associações comunitárias rurais administram a distribuição da água fornecida pela própria Caern. Cada associação deve ser legalmente constituída, com CNPJ, e os representantes escolhidos pela comunidade devem corresponder aos requisitos exigidos pela empresa. Antes de assinar um contrato com a Caern, os moradores participam de várias reuniões com técnicos da empresa, ocasião em que recebem todas as instruções necessárias à administração do serviço.

Com a efetivação do contrato, cada associação fica responsável pela manutenção do serviço e a cobrança da tarifa mensal de cada usuário.

Autor: Fábio Marques de Freitas (Sansão)

FONTES:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Saneamento_no_Brasil
http://www.copasa.com.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=1295&sid=129
http://www.nominuto.com/noticias/brasil/experiencia-do-rn-em-saneamento-rural-pode-servir-de-modelo-para-o-brasil/65595/

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Saneamento e subsídio cruzado


No nosso país a maioria da população servida com o saneamento é atendida por operadoras estaduais, seguindo pelas operadoras públicas locais e operadoras privadas, segundo dados do SNIS.

As operadoras estaduais denominaram municípios superavitários e os municípios deficitários. Os primeiros são, a critério da operadora, os que podem pagar uma tarifa acima dos custos. O excesso de receita é então transferido como subsídio cruzado para os municípios deficitários, que são considerados pela operadora como aqueles que não podem pagar uma tarifa que cubra seus custos. Este subsídio cruzado, sob minha ótica, na atual conjuntura é o que garante à população dos médios e pequenos municípios acesso a água tratada e esgotamento sanitário,  desempenhando um papel social, universalização.

A titularidade é do munícipio que com as novas legislações podem e devem instituir mecanismos de maior controle, acompanhamento, integração e retorno dos serviços de saneamento,  inclusive discutir sobre a tarifa, no entanto reafirmo, devem manter  as operadoras estaduais, com a prática do subsidio cruzado, caso contrário poderá ocorrer um colapso no acesso à agua, o bem vital.

Por sua vez as operadoras estaduais precisam inovar mais, implantando gestão participativa, maior qualidade, redução significativa das perdas buscando a eliminação das mesmas, intensificando a função social, otimização no desempenho dos serviços e aquisição, aplicação de insumos, materiais, equipamentos diversos, bem como valorização expressiva dos empregados.

Subsídio cruzado sim, mas também eficiência, eficácia e efetividade.

Autora: Vera Lucia Pedroso Nogueria